TRATAMENTO NOS DISTURBIOS DE LINGUAGEM EM PACIENTE COM PARALISIA CEREBRAL: RELATO DE CASO CLÍNICO

  • Betina Sguario Moreschi antonio UNIBRASIL
  • Luma Cordeiro Rodrigues
  • Luana Coriel Azevedo
Palavras-chave: Paralisia cerebral; Distúrbios de linguagem; Fonoaudiologia; Motricidade orofacial; Compreensão textual.

Resumo

Resumo

Os Distúrbios do Desenvolvimento da Linguagem (DDL) caracterizam-se por déficits persistentes na compreensão e/ou expressão linguística, manifestando-se por prejuízos no vocabulário, na morfossintaxe e na organização discursiva. Tais alterações comprometem significativamente a comunicação funcional, restringem a participação social e impactam negativamente o desempenho acadêmico, especialmente nas habilidades de leitura, como decodificação, fluência e compreensão textual. A intervenção fonoaudiológica é essencial para promover o desenvolvimento, a reabilitação e a compensação das funções comunicativas e orais afetadas, atuando de forma integrada sobre os aspectos linguísticos e motores envolvidos. Este estudo tem como objetivo descrever o acompanhamento clínico de um paciente masculino, 27 anos, com diagnóstico de paralisia cerebral pós-parto e sequelas neurológicas associadas. A avaliação fonoaudiológica foi realizada por meio do protocolo MBGR, que evidenciou alterações como hipotonia, redução da mobilidade lingual, assimetria facial e comprometimentos nos sistemas miofuncionais. Com base nesses achados, foi elaborado um plano terapêutico individualizado, contemplando sessões voltadas ao desenvolvimento da consciência fonológica e à reabilitação das áreas morfológica, fonológica, pragmática, sintática e semântica. Além disso, foram incluídas atividades de motricidade orofacial com foco na melhora das disfunções motoras associadas. Durante o processo terapêutico, observou-se elevado engajamento do paciente e progressos discretos, especialmente na produção de enunciados mais estruturados e na ampliação do repertório lexical. A melhora na mobilidade orofacial contribuiu para maior precisão articulatória e redução de esforços durante a fala, favorecendo a inteligibilidade. As atividades de leitura mediada e treino de narrativa também mostraram impacto positivo na organização discursiva e na compreensão textual, ainda que com necessidade de apoio contínuo. Conclui-se que a atuação fonoaudiológica em pacientes com distúrbios de linguagem associados à paralisia cerebral é fundamental para a promoção da funcionalidade comunicativa e da autonomia. O trabalho evidencia a importância de abordagens terapêuticas individualizadas e multidimensionais, que considerem tanto os aspectos linguísticos quanto motores, contribuindo para a inclusão social, o fortalecimento da autoestima e a melhoria da qualidade de vida.

Referências

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Publicado
2025-12-12
Seção
Fonoaudiologia EAD

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